Por: Psiquiatra Clara Nunes de Castro.
Neste mês do Outubro Rosa, acreditamos ser de grande importância trazer um pouco da saúde mental feminina. Em um mundo tão individualista, com uma grande promoção estética (e porque não dizer, pressão também), principalmente ao corpo feminino, é de se questionar se a prevalência de depressão é maior em mulheres apenas por fatores biológicos. Imagine-se, você mulher, agora, perdendo os dois maiores símbolos do feminino: os seios e o cabelo.
A simples ameaça disso pode ser um fator desencadeante, que somado a outros fatores, como dupla/tripla jornada de trabalho, climáterio, dificuldades socio-econômicas, apenas para citar alguns, podem ser suficientes para desencadear um quadro depressivo.
Por isso, quando falamos de depressão, não falamos de algo isolado. Analisar o contexto como um todo é de suma importância. Da mesma forma, é exatamente por observar todo o contexto, entendendo que muitas vezes o quadro está muito mais associado a padrões de comportamento e problemas externos, que nem sempre precisamos de tratamento medicamentoso. Sim, nem todo paciente depressivo usa remédio!
Contudo, da mesma forma que por vezes precisamos de um analgésico para dor de cabeça por termos nos estressado no trabalho, por vezes faz-se necessário o uso de medicação para tratamento da depressão. A escolha de qual medicação utilizar e o tempo em que ela será utilizada varia de caso a caso, levando em consideração múltiplos fatores, como idade, gravidade do quadro depressivo, e a presença de outras doenças, mentais ou não.
Os mitos com relação ao tratamento são muitos: que você vai ficar dependente, abodado, retardado…na verdade, esses são efeitos da própria depressão, principalmente quando não tratada, e a maioria dos medicamentos que usamos atualmente não geram dependência!
Então, se podemos dar um conselho, não retarde o seu tratamento! estamos aqui para te ajudar a ter uma qualidade de vida melhor!